terça-feira, 17 de novembro de 2009

Fragmentos...

Cansei-me...
de ver, de ouvir, de pensar,
de tentar compreender o que que não entendo.

A noite caiu, e eu fiquei ali...
não me queria mover, mas também não queria estar.
Uma remessa de sentimentos, de recordações vagas, cercou-me...
Fragmentos de uma vida, que já não sei se era a minha...
Mais uma vez, pensei, sem querer
lembrei-me, sem nunca esquecer...
E permaneci ali
no conforto da escuridão,
no vazio do silêncio.

Várias pessoas passaram-me pela cabeça,
vários episódios, várias conversas...
Cada um a tentar deixar a sua marca,
a tentar dizer qualquer coisa de significante...
palavras, tão somente palavras, que aspiravam ser profundas, sem o serem.

Senti-me atordoada
por desalinhados e irrequietos pensamentos
que não me deixavam respirar.

Parou.
Tudo parou, e por instantes era apenas eu,
um corpo à espera de desaparecer com o nevoeiro da noite.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Minutos de sossego: precisam-se!

Quem disse que depois da tempestade vem a bonança, tinha, com certeza , fumado alguma coisa que o deixara muito feliz.
Se depois da tempestade, vem ainda mais tempestade (tempos tempestuosos estes!) depois do trabalho vem ainda mais trabalho!
Primeiro, a ficha analítica de sociologia, de grupo, depois o power point de sociologia e depois a apresentação oral de sociologia.
Primeiro, o plano de sessão de EF de grupo (mas individual -.-), depois a execução de uma aula de EF, depois o relatório de EF (grupo-individual) e para finalizar, o relatório de EF segundo os parâmetros do prof, que se lembrou de os dizer depois de eu entregar o 1º relatório!
Primeiro o trabalho escrito de grupo de música, depois a execução de uma aula de música para bébés de 20 anos.
Primeiro um texto de António Torrado, depois a dramatização desse texto, com muitas brancas e nervosismo à mistura...
Isto tudo num mês. Agora, CDC e fonologia...
Para completar o quadro:
Deitar tarde, levantar cedo.
Sair da faculdade sempre depois das 20h, e chegar a casa a exigir descanso, mas a levar com os trabalhos de outras pessoas. (algumas em geral, uma em particular)...
Obras em casa desde Fevereiro, por incompetências alheias.
Meio mundo a lixar outro meio, e todos a dizerem mal uns dos outros.
A minha cadela a comer-me papéis importantes e os olhares indiscretos de quem me pergunta:
" - Tem o papel consigo?"
" - Não, a minha cadela comeu-mo!!"
E agora, fiquei constipada! Pois, 'tava-se mesmo a ver!

É caso para dizer,
"Se o mundo é de loucos
como querem que eu regule"?!

P.S. NÃO quero ouvir falar mais em GRIPE A!!!! -.-

"Hip hip hurra!"

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Uma imagem vale mais que mil palavras...

...então uma imagem com palavras...

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Mandamentos do Estudante



Para todos os estudantes, aqui segue (uma das milhentas versões) os mandamentos do estudante:

1 - O estudante sabe sempre a matéria; se não responde é para não inferiorizar o professor.
2 - O estudante nunca estraga o material escolar; testa a sua resistência.
3 - O estudante nunca se deixa dormir; o despertador é que funciona mal.
4 - O estudante nunca é posto fora da aula; a sua presença é que é necessária noutro local.
5 - O estudante nunca diz mal de um professor; faz uma crítica construtiva salientando os seus defeitos.
6 - O estudante nunca copia; recolhe dados.
7 - O estudante nunca reprova; renova a sua experiência.
8 - O estudante nunca conspira contra os professores; estes é que têm a mania da perseguição.
9 - O estudante nunca se embebeda; apenas entra no espírito académico.
10 - O estudante nunca falta; não comparece por motivos de força maior.
11 - O estudante nunca fuma. Estuda os efeitos nocivos do tabaco.

1. O aluno não fala. Troca opiniões.
2. O aluno não se distrai. Examina as moscas.
3. O aluno não falta à escola. É solicitado noutros lugares.
4. O aluno não diz asneiras. Desabafa.
5. O aluno não masca pastilha. Fortalece os maxilares.
6. O aluno não lê revistas na sala de aula. Informa-se.
7. O aluno não destrói a escola. Enfeita-a segundo o seu gosto.


E agora que já leste, vai mas é estudar!

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Sou tu

"O amado chegou a casa da amada e bateu-lhe à porta.
-Quem é? - perguntou a amada.
-Eu, minha querida.
-Vai ao bosque e medita. Quando estiveres amadurecido, vem ver-me.
O amado assim fez, e passados uns meses regressou à casa da amada e bateu à porta.
-Quem é?
-Sou tu.
-Nesse caso, entra, amado meu. Nesta casa não há lugar para o ego. "


Ramiro Calle - O Livro do Amor

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Forgive me…


Jamais poderia esquecer…
…aquele dia indefinido …
…aquelas horas infindáveis …
…aquele desejo que não podia ser…
E a contrabalançar tudo,
meramente um sonho vazio…
Tentei ser correcta,
mas o meu anseio é imperdoável…
Escondo-me na minha culpa
e nos meus segredos.
Deixar-me-ei levar pela insanidade
do que não percebes
e já não quero mais saber…
Apenas jazem lágrimas de esperanças desiludidas
e a vontade desassossegada de tão pouco…
Uma mão de ninguém sufoca-me lentamente,
e por meias palavras digo-te
o que não te quero dizer por palavras inteiras.
Não olhes mais para mim,
deixa-me cair no teu esquecimento…
Quebro as amarras,
afogo-me nos meus pensamentos
e sucumbo em mim mesma.
O nevoeiro cai frívolo …
no silêncio da minha sombra.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

"A Criança Que Não Queria Falar"

Do cinema ao ar livre, embrenho-me agora em sossegadas leituras em casa e, após não ler nada durante uns tempos, findo Não te cases, papá! de Fina Casalderrey, falaram-me de um livro que desde logo me deixou “com a pulga atrás da orelha”! O título seduziu-me e o livro em nada ficou aquém das minhas expectativas.

A criança que não queria falar, de Torey Hayden, é um espectacular livro que retrata “ a história verídica e comovente da relação entre uma professora que ensina crianças com dificuldades mentais e emocionais e a sua aluna, Sheila, de seis anos, abandonada por uma mãe adolescente e que até então apenas conheceu um mundo onde foi severamente maltratada e abusada. Relatada pela própria professora, Torey Hayden, é uma história inspiradora, que nos mostra que só uma fé inabalável e um amor sem condições são capazes de chegar ao coração de uma criança aparentemente inacessível. Considerada uma ameaça que nenhum pai nem nenhum professor querem por perto de outras crianças, Sheila dá entrada na sala de Torey, onde ficam as crianças que não se integram noutro lugar. É o princípio de uma relação que irá gerar fortes laços de afecto entre ambas, e o início de uma batalha duramente travada para esta criança desabrochar para uma vida nova de descobertas e alegria.”

Apesar do turbilhão de coisas que tenho para organizar, li-o de uma assentada só e, para além de considerar ser um livro extremamente interessante, despoleta-nos variadas emoções e pensamentos, e dá-nos uma maior consciencialização no que refere aos temas abordados.
Basicamente, é daqueles livros que valem a pena ler e descobrir!
Boas leituras!

terça-feira, 4 de agosto de 2009

O Estranho Caso de Benjamin Button


Eis um filme que tinha ficado (no meu subconsciente) por ver e eis que a oportunidade se proporcionou.
Nada melhor que cinema ao ar livre, numa noite, num museu.

“I was born under unusual circumstances.”

The Curious Case of Benjamin Button ( pt: O Estranho Caso de Benjamin Button) é um drama baseado no clássico romance escrito por F. Scott Fitzgerald nos anos 20. O filme, dirigido por David Fincher, conta a história de Benjamin Button, um homem que nasce misteriosamente com 80 anos - em 1918-New Orleans , no final da Primeira Guerra - e a partir daí começa a rejuvenescer, passando a sofrer as bizarras consequências do fenómeno.

“You’re different from anybody I ever met…”

“You never know what’s coming for you…”


A sua "viagem" fora do comum, das pessoas e lugares que descobre ao longo do seu caminho, dos seus amores, das alegrias da vida e da tristeza da morte, e daquilo que dura para além do tempo, desperta um variado leque de sensações e transmite excelentes mensagens.

“We are defined by opportunities, even the ones we miss.”

“Some people were born to sit by a river. Some get struck by lightning. Some have an ear for music. Some are artists. Some swim. Some know buttons. Some know Shakespeare. Some are mothers. And some people... dance.”

Recomendo!

sexta-feira, 3 de julho de 2009

“O papel é mais paciente do que os homens”

"“O papel é mais paciente do que os homens”.
Era nisso que eu pensava muitas vezes quando, nos meus dias melancólicos, punha a cabeça entre as mãos e sem saber o que havia de fazer comigo. Ora queria ficar em casa, ora queria sair e, a maior parte das vezes, ficava-me a cismar sem sair do sítio. Sim, o papel é paciente!"

in FRANK, Anne - Diário de Anne Frank. Lisboa: Livros do Brasil, 1984

sábado, 13 de junho de 2009

Insónias...

Eis um tema que não me é nada estranho...
talvez por ser de conhecimento próprio,
ou por ser falado por tantos...
Eis mais uma noite, e outra e outra...
E já passou um mês,
às voltas, voltas, voltas,
em tornados de pensamentos,
em inundações de lágrimas e gargalhadas desmedidas,
em metros de lençóis retorcidos...
Três ou quatro horas de sono insaciáveis da sede de dormir
e outras vinte e quatro a tentar arranjar pretexto para o sono vir...
mas nada! nem ontem, nem hoje, nem amanhã...
Fico-me então por aqui,
em mais uma noite sem dormir
à espera que a luz do dia denuncie as minhas negras olheiras...
de uma noite de nada... e de tudo...

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Azar!

Deixei-me ficar pelo politicamente incorrecto,
alienada das aparências que segredavas!
"Azar!" Disseste-me de um enter apenas...
tão frio e verdadeiro...
Referias que ninguém é insubstituível!
Pois cada ser que conheço
jamais poderá ser substituído!
Deste-me a escolher
entre ganhar
ou tornar-me num farrapo,
contudo,
roubaste-me as oportunidades
quando escolhi vencer...
Agora...sou um farrapo
e estou demasiado cansada para não o ser...
Rasguei as minhas crenças
em inúmeros bocadinhos nostálgicos...
E já não acredito mais...

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Eu não diria melhor...


"– Olá, Papá – disse o Duarte.
– Agora não, Duarte – disse o pai.
– Olá, Mamã – disse o Duarte.
– Agora não, Duarte – disse a mãe.
– Há um monstro no jardim e ele vai comer-me – disse o Duarte.
– Agora não, Duarte – disse a mãe.
O Duarte foi para o jardim.
– Olá, monstro – disse ele ao monstro.
O monstro devorou o Duarte, até ao último bocadinho.
Depois o monstro foi para dentro de casa.
– GRRR – rugiu o monstro atrás da mãe do Duarte.
– Agora não, Duarte – disse a mãe do Duarte.
O monstro mordeu o pai do Duarte.
– Agora não, Duarte – disse o pai do Duarte.
– Tens o jantar pronto – disse a mãe do Duarte.
A mãe pôs o jantar em frente da televisão.
O monstro comeu o jantar.
Depois esteve a ver televisão.
Depois leu uma banda desenhada do Duarte.
E partiu um brinquedo do Duarte.
– Vai para a cama – disse a mãe do Duarte. – Já te levei o leite para cima.
O monstro subiu as escadas.
– Mas eu sou um monstro – disse o monstro.
– Agora não, Duarte – disse a mãe do Duarte. "
Agora não, Duarte; David McKee
Lisboa: Caminho, 2000

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Inadmissível!

Fiquei, literalmente, atónita quando no telejornal da noite, a noticia abria com o facto do PS ter aproveitado imagens e "declarações" de crianças (que seriam para exclusivo uso do MP) para as utilizar como tempo de antena. O que me chocou, confesso, não foi a noticia em si, mas sim o que uma criança, exibindo o magalhães - tema que tem dado pano para mangas - dizia:
-"o magalhães é o meu melhor amigo."
Como estudante para um curso que seguirá uma linha de ensino para os mais pequenos, considero tal situação inadmissível!!
As crianças estão cada vez mais expostas a meios tecnológicos que as alienam de uma vida mais social (e quando digo social refiro-me a contacto com outras crianças "téte à téte" e não através do msn, p.ex.) tal situação tem-se vindo a agravar com o aparecimento do magalhães (e eu até defendo a evolução da tecnologia!) mas é lamentável que este mesmo sentimento de amizade seja partilhado com um computador!

domingo, 26 de abril de 2009

terça-feira, 14 de abril de 2009

menos do que alguma coisa










Num reboliço de palavras mortas,
de pensamentos esbatidos
de tanto serem repensados...
Descentralizei-me do que era ser
e relativatizei o meu mundo
entre cinismos e ironias...
Vivi de sonhos e esperanças
agora vãs e sem sentido.
O nada é o tudo que eu sou
E o que sou é o tudo que eu odeio!

segunda-feira, 16 de março de 2009

...somente

Gritei alto
para amortecer a frieza
das tuas palavras.
Estou cansada
e sinto-me febril.
Resto meramente eu
morna, silenciada e vazia...
Olhas-me como a uma louca
e uma louca eu sou.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

hate me...

Desaba cada sonho de vidro
que parte num chão de nada...
Inerte, ouço cada som
que ao longe se reproduz repetidamente
e envolvo-me,
em nostalgias inquietas, com o tempo.
O meu corpo padece
sob a sombra da minha alma.
Esmorece-se o meu ser
nas entrelinhas das minhas lágrimas...
Afogo-me em significados
e na ausência de mim mesma,
continuo a gritar que me deixes ir,
sem contestações,
sem perguntas...
Irei, com a duvida da certeza...
Orgulho-me de ti...
E espero que me perdoes...

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Guarda-Chuvas...

Mais uma vez, na idade dos porquês... Posso argumentar que especialistas dizem que devemos libertar a criança que há em nós, mas como eu nunca deixei de ser criança (ou infantil, segundo contactos próximos), não tem qualquer problema!
O meu porquê recai nos guarda-chuvas. Isto, porque eu, D.refilona I, fui obrigada a sair de casa para ir assinar a treta duns papéis à universidade.
Chovia e eu não tive tempo de levar um guarda-chuva. Chovia e os idiotas que tinham guarda-chuvas não os abriam... Um atentado à minha paciência! E não querendo ser insensível com ninguém, gostaria de perceber porque é que, quando chove, algumas pessoas não abrem o guarda-chuva. Para isso, mais valia não o levarem... Seja como for, enquanto corria atrás do comboio que já não apanhava, comecei a pensar no assunto (se calhar foi por isso que não o apanhei...)
A minha justificação incide sobre uma espécie de complexo qualquer em usar guarda-chuva. Talvez por uma questão de orgulho (?) ou de imagem (??)... ok...também pode ser por pura preguiça...
Como poderei estar a exagerar ou simplesmente a não perceber o assunto, clarifiquem-me!

out of...me


sábado, 17 de janeiro de 2009

Porque é que...

Este post vai ser ligeiramente diferente dos outros, isto, porque eu regressei à idade dos porquês, e não percebo certas situações que estão intimamente relacionadas com a mentira. Passo a perguntar:
Porquê é que um individuo que comete um crime se considera no momento do ocorrido e em consciência, culpado, mas mais tarde, quando novamente questionado pelo mesmo acto, tende a mentir?
E porque é que um indivíduo que esteja envolvido numa situação mais leve – não considerada crime – não hesita em fazê-lo?
Poderei considerar que as pessoas têm uma tendência para a mentira e talvez a usem como forma de protecção de si mesmos ou dos outros, contudo, não consigo perceber a dialéctica acima referida…

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Mais um ano...











Mais um ano que passou...
Mais um dia... mais uma hora...
Deixa-me ficar a dormir,
para que não passe mais...
Continuo indecisa...
à espera que o tempo pare...
Mas vai continuar a passar...
e vai-me arrastar com ele!
Poderei não querer estar mais?
Não quero, e tenho medo...
Desejo-o, e não o consigo...
Grito, e silencio-me...
Engulo em seco,
mais um ano que passou...
e que não devia ter passado...
Mais um dia...
Mais uma hora...
Estarei, para nunca estar...