quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Com licença.

"Dá-me licença por favor?" - Contorcem-se joelhos. "Com licença." E vira os joelhos para outro lado. Mais um gesto de quem se levanta, e os pés novamente em pontinhas para deixar passar. Sai tudo dos três lugares em volta, e descambam as pernas que se esticam. Mais um molho de gente entra e retoma o ritual. Enche. E a cabeça já lá não está, os olhos semicerram-se. Toques, vozes, música. Muito alta. Estou quase a chegar ao destino. "Que cansaço", penso. "Com licença." Arrebitam-se os joelhos, outros. Saio. Anseio chegar a casa rápido, rápido. Já me imagino descalça..."e o autocarro que nunca mais chega!"