sexta-feira, 22 de maio de 2009

Azar!

Deixei-me ficar pelo politicamente incorrecto,
alienada das aparências que segredavas!
"Azar!" Disseste-me de um enter apenas...
tão frio e verdadeiro...
Referias que ninguém é insubstituível!
Pois cada ser que conheço
jamais poderá ser substituído!
Deste-me a escolher
entre ganhar
ou tornar-me num farrapo,
contudo,
roubaste-me as oportunidades
quando escolhi vencer...
Agora...sou um farrapo
e estou demasiado cansada para não o ser...
Rasguei as minhas crenças
em inúmeros bocadinhos nostálgicos...
E já não acredito mais...

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Eu não diria melhor...


"– Olá, Papá – disse o Duarte.
– Agora não, Duarte – disse o pai.
– Olá, Mamã – disse o Duarte.
– Agora não, Duarte – disse a mãe.
– Há um monstro no jardim e ele vai comer-me – disse o Duarte.
– Agora não, Duarte – disse a mãe.
O Duarte foi para o jardim.
– Olá, monstro – disse ele ao monstro.
O monstro devorou o Duarte, até ao último bocadinho.
Depois o monstro foi para dentro de casa.
– GRRR – rugiu o monstro atrás da mãe do Duarte.
– Agora não, Duarte – disse a mãe do Duarte.
O monstro mordeu o pai do Duarte.
– Agora não, Duarte – disse o pai do Duarte.
– Tens o jantar pronto – disse a mãe do Duarte.
A mãe pôs o jantar em frente da televisão.
O monstro comeu o jantar.
Depois esteve a ver televisão.
Depois leu uma banda desenhada do Duarte.
E partiu um brinquedo do Duarte.
– Vai para a cama – disse a mãe do Duarte. – Já te levei o leite para cima.
O monstro subiu as escadas.
– Mas eu sou um monstro – disse o monstro.
– Agora não, Duarte – disse a mãe do Duarte. "
Agora não, Duarte; David McKee
Lisboa: Caminho, 2000