quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Indefinição



Os dias vão passando... Começo a perder a noção do tempo.
Esforço-me para me lembrar da tua voz... mas já não a ouço...
Grito no silêncio dos meus pensamentos.
Quero ficar ali eternamente. Quieta.
Sinto-me estranhamente indefinida... não consigo perceber...
Continuo a sufocar lentamente (mas só até deixar de respirar!).
Perdi o controlo da minha raiva, as lágrimas caem impertinentemente, e as mãos puxam os cabelos, vezes sem conta.
Vou-me vestir para sairmos.
Não te mostrarei um único sinal de dor. Apenas verás um sorriso e, vou falar animadamente para não me questionares.
(A cabeça marca um ritmo que dói, mas esta dor em nada é igual à outra.)
Continuarei a falar e, só pararei em casa, onde não me podes ver.
O meu corpo cederá ao cansaço da alma... e perder-me-ei, na minha identidade vazia.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

D e s t i n o T r a ç a d o



Dissolvo-me
em mim mesma...
desmaio, empalideço.
Afundo-me na minha alma...
morro, no meu ser
Enleada na indecisão
do meu pensamento...
do meu destino...

terça-feira, 22 de julho de 2008

...

"Para onde fui?
Se é que fui para algum lado...

O que é que fiz?
Se é que fiz alguma coisa..."
in The Strange Case of Dr Jekyll and Mr Hyde

quarta-feira, 4 de junho de 2008

fantasma de mim


Poder-me-ias vestir toda de branco,
que a minha alma continuaria
vestida de preto...
... estou de luto
por mim,
- sempre o estive -
tenho to dito todos os dias,
mesmo que só em silêncio...
Descobri que a mão que me aperta o coração
e não me deixa respirar
é só o meu sentido de vazio,
é só o eco dos meus gritos...
(acho que sempre o soube)...
Preciso de estar sozinha,
de não ouvir mais nada,
pois não sabes do que falas,
nem eu sei mais de mim...
Vai continuar a doer,
eu sei...
mas,
deixa-me estar apenas...

domingo, 11 de maio de 2008

Duas linhas...

Não sei o que sinto
não sei quem sou...
(... talvez ninguém!)
Perdi-me entre duas linhas ténues...
desequilibro-me,
a cada passo que dou.
A queda foi grande
...as asas quebraram...
e num cenário de loucura
...não sei mais de mim...
Lateja-me a cabeça
de tanto palco de guerra ser
aperta o coração...
cansado!...
e na indecisão,
lá vou andando, desequilibrada...
em direcção ao nada...
ando, só por andar
na confusão do meu ser...

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Aquela parede branca...

Olho para aquela parede branca
olho e olho
e espero uma
resposta, à pergunta
que a alma não faz
o coração já não sabe
e a boca não se digna a responder...
Fere-me os olhos
tão grande brancura,
tão grande monotonia
daquela parede que eu olho...
E sou apunhalada
dia após dia
na lentidão de cada segundo
múltiplas vezes... tantas!...
que perco a noção de mim
e em mim, morro....
no silêncio
daquela parede branca!

terça-feira, 1 de abril de 2008

Peso da dúvida


não sei mais de mim
do nada que sou...
ou do que jamais serei;
e na minha vida,
em que nada rima,
vou sendo escrava
...da dúvida da certeza
de querer desaparecer...
quero fugir...
e poder ficar aqui
sossegada... no vazio...
para nunca mais ninguém lembrar...
para me poder esquecer...




quarta-feira, 26 de março de 2008

lua minha


Naquela lua branca-prateada
morre o meu olhar...
morre o meu pensamento...
naquela lua,
-dona do céu-
tudo morre...

quinta-feira, 20 de março de 2008

à tua espera...

e o dia passou...
passou e não apareceste...
não que eu já não soubesse
não que tu o pudesses adivinhar...
mas no meu pensamento de filha
esperava-te...
em vão, eu sei...
esperava pelo quebrar do silencio
dessa tua palavra,
escrita nos meus olhos de orgulho
para os teus olhos ... de pai!

Um beijo suave, sara

segunda-feira, 17 de março de 2008

Hora após hora

Por cada hora que passa
uma,
mais pálida que a outra
num sonho efémero
trespassa
a realidade esmorecida
numa emensidão de palavras,
vazias...

domingo, 16 de março de 2008

incompreensão

Naquela meia duzia de palavras
que ninguem compreende
(nem mesmo eu própria)
deixei-me levar...
porque o que importa
não é o significado de cada palavra
mas a profundidade com que cada um a sente
e o sentido
de nenhum sentido fazer!

O que é morrer?

talvez eu não soubesse
talvez o meu corpo ali jazesse
absorvido no enleio
da minha imaginação

Por cada segundo
apressado e vago,
julgara-me morta ...
...abandonara a compreensão
num mundo fictício...

sábado, 15 de março de 2008

tudo acabou em ... nada

Não me disseste uma única palavra,
deixaste-me acreditar
em tantas mentiras, em tantos sonhos
tornados ilusões...
achaste importante passar essa imagem...
de importancia, de fortaleza, de protecção
mas eu só queria o teu abraço,
o teu respeito,
o teu carinho,
a tua companhia...
tudo isso agora findou...
e não volta mais...
e de todos esses erros e enganos...
sabes o que restou?
nada mais que o vazio...
valeu a pena?!

sexta-feira, 14 de março de 2008

labirinto sem fim...



Viver, tornou-se um hábito
e não mais do que isso...

...repito-me numa constância
de tempo, de palavras, de vida...

... e num grito mudo, calado
a imaginação trespassa
um sorriso de loucura!

nada de tão pouco

Dói!
De já nada sentir...
...em que o nada é
simplesmente nada
e o vazio...
se tornou tão vazio
que já não se consegue ver o fundo!

quinta-feira, 13 de março de 2008

ebulição de sentimentos

Por apenas uma palavra
um gesto, um movimento
por somente uma lágrima
aprisionada...
e a raiva saltitando cá dentro
num pranto de desespero
No meio da euforia,
dos risos perdidos
eu choro...
Por uma vida inevitável
condeno-me,
e sou condenada...

quem sou eu?

adormecera durante a tarde, no conforto a que o sofá da sala remetia...passava pouco das 20h quando acordei, pensava eu que seriam umas 5h da manha! acordara estranhamente vazia...sonhara com qualquer coisa...e com nada...estava perdida no espaço, no tempo, na minha insignificância... tudo me era estranho, e eu, era somente o resultado da sombra que a luz apagara...

Escrevo...apenas

Escrevo só por escrever...
Escrevo sem nada para dizer...
porque por palavras não consigo descrever
o sentimento que me envolve
Porque por palavras não posso explicar
o sentimento que me consome
E, por isso,
escrevo só por escrever...

sem sentidos...

desmaia o coração
na ausência dos sentidos
numa indecisão
entre o sim e o não...
morre! cai morto...
corpo pesado...
numa imensidão de nada
deixa-te levar
pela palidez...
na vastidão do desejo
sem coragem
num sono eterno
de um adeus...cansado!